O impacto das tecnologias na vida de pais e filhos

 
Como as tecnologias podem facilitar o desenvolvimento das crianças e como lidar com a segurança dos nossos filhos em um mundo virtual tão perigoso?
Estas questões são desafiadoras para educadores, pais e mães desta nova geração que nasce conectada com o mundo.
 
Recentemente a Associação Civil Chicos.net apresentou os resultados de uma pesquisa realizada, com o apoio da Disney, para avaliar o impacto da tecnologia na vida de garotos e garotas entre 4 e 12 anos no Brasil, Argentina e México.
 
As informações mostram que a tecnologia faz parte do cotidiano das crianças e que é fundamental refletir sobre o papel dos pais no uso seguro da internet.
Em termos gerais, em todas as regiões pesquisadas, a relação dos filhos com as Tecnologias da Informação e Comunicação tende a ser qualificada negativamente como compulsiva ou, como dizem os pais " viciante".
 
Alguns dados chamam a atenção:
 
  • A atividade mais relevante é o jogo em rede que é praticado tanto via notebook, quanto por dispositivos móveis.  No Brasil 76% e 64% respectivamente; Argentina 82% e 61% respectivamente; México 70% e 66%. Esta atividade é praticada mais frequentemente por crianças menores e por meninos.
 
  • O bate - papo é a segunda atividade mais relevante no uso de dispositivos móveis.
      -Brasil 48%
      -Argentina 32%
      -México 35%
 
  • O Facebook é a principal rede utilizada (mesmo com a idade mínima requerida de 13 anos para criar uma conta, as crianças - muitas vezes consentidas pelos adultos, declaram um ano de nascimento aceitável pelo sistema). No Brasil 89% das crianças são usuárias desta rede social: destes, 80% na faixa de 7 a 9 anos e 98% na faixa de 10 a 12 anos.
 
  • Segundo as crianças entrevistadas, os principais motivos para se conectarem estão ligados a relacionar-se com os outros (Brasil 85%; Argentina 66% e México 69%.) e brincar por meio das redes (Brasil 64%;Argentina 62%;México 55%).
 
Os adultos questionados enxergam nas Tecnologias da Informação e Comunicação como uma ameaça permanente à manutenção dos laços sociais afetivos, o chamado " calor humano", oriundo do encontro entre pessoas.
No entanto, durante todo o processo da pesquisa em todas as fontes analisadas não foram encontradas evidências que apontem as tecnologias como ameaças, já que tanto as crianças quanto os especialistas tendem a manifestar que elas podem contribuir com o desempenho social e parecem não suprir a necessidade de um contado presencial. " Pessoalmente é a melhor forma de um amigo dar opiniões sinceras. É mais fácil de entender quando está aborrecido, chateado ou contente" (declaração de meninas de 7 a 9 anos do Brasil, classe média alta).
 
Esta pesquisa também permitiu detectar uma lógica no sentido inverso: algumas crianças, quando percebem que os adultos não estão lhe dando atenção, recorrem as TICs (Tecnologias da Informação e Comunicação) para se sentirem parte de alguma coisa.
 
Os resultados desta pesquisa servem de reflexão sobre como os pais devem lidar com o tema e de que maneira as crianças podem utilizar as tecnologias de maneira segura. Do contrário do que pensam pais e mães, TICs, quando bem implementadas, contribuem positivamente no desenvolvimento das crianças.
 
Como afirma Marcela Czarny, presidente do Chicos.net " Os dispositivos tecnológicos são parte da vida cotidiana das crianças, sendo necessário refletir sobre o papel dos pais no uso seguro da internet para aproveitar seus benefícios e minimizar seus riscos". 
 
 
 

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